O QUE MOTIVOU DONA SELMA A VENCER O CÂNCER DE MAMA?
A estudante de Psicologia, Greice Silva Ferreira, de Cordilheira Alta, entrevistou uma paciente que venceu o câncer de Mama e os relatos são inspiradores.
O movimento Outubro Rosa é uma campanha anual realizada mundialmente em outubro, com a intenção de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. Durante o mês, diversas instituições abordam o tema para encorajar mulheres a realizarem seus exames e muitas até os disponibilizam. Iniciativas como essa são fundamentais para a prevenção, visto que nos estágios iniciais, a doença é assintomática.
A estudante de Psicologia da UNOESC, Greice Silva Ferreira, estagiária da Secretaria Municipal de Saúde de Cordilheira Alta, entrevistou uma moradora do município que venceu a “batalha” contra o Câncer de Mama e que relata os momentos difíceis pelos quais passa um paciente durante o tratamento, mas principalmente, deixa um exemplo de que a doença tem cura e a motivação para vencê-la é indispensável.
Greice fala sobre a iniciativa de publicar a entrevista com a paciente. “Tão importante quanto divulgar a campanha é encorajar as pessoas que recebem tal diagnóstico, com tal objetivo entrevistamos a dona Selma Gomes que em 2015 descobriu um nódulo em uma mamografia. Ela recebeu o diagnóstico em fevereiro de 2016 e era um câncer maligno. Como acontece com muitas mulheres, no momento em que recebeu a notícia se desesperou, achou que ia morrer, o tumor crescia muito rápido e por isso, ela que morava no Tocantins na época, voltou para Santa Catarina, fez toda a bateria de exames necessárias e começou as quimioterapias em julho”, comenta.
A estudante conta que o receio em perder o cabelo era algo traumático para a paciente. “Foram 17 sessões e a dona Selma tinha muito receio do cabelo cair. Até a décima sessão não havia caído mas dali em diante caiu todo, nesse processo ela não conseguia se olhar no espelho, entrou em depressão, não aceitava, usava peruca ou lenço direto. Foram 7 meses de quimio, até que estivesse pronta para fazer a Mastectomia que aconteceu em março de 2017”, explica.
(Mastectomia é uma cirurgia utilizada como forma de tratar o câncer através da retirada total da mama).
Segundo Greice Silva Ferreira, após a cirurgia, começaram as Radioterapias. “De julho a agosto de 2017 dona Selma começou as radioterapias, foram 25 sessões todos os dias, exceto os fim de semanas. Ela conta que sofreu com a radio pois queimou seu pescoço, saiu a pele, mas agora sarou e o cabelo aos poucos foi voltando a crescer”, ressalta.
A estudante reforça a importância da família e o fator motivacional para auxiliar o paciente a vencer a doença. “Algo que foi fundamental para a recuperação dela foi a família que sempre a apoiou, tanto quem ficou em Tocantins quanto as filhas que estavam aqui com ela. Quando fazia as quimios ficava mau, queria morrer, era mesmo tudo muito sofrido. Após os procedimentos ficava muito cansada, não tinha disposição, mas aí ela encontrou um grande fator motivacional que fez o ‘jogo virar’. Nessa época uma de suas filhas engravidou e essa foi a força que ela precisava para continuar lutando, para ficar viva. Ela queria muito cuidar do neto e assim venceu o câncer. Hoje vê a doença como algo normal, vê como uma doença como outra qualquer. O que ela deixa de exemplo para as mulheres é a importância do autocuidado, prevenção, ir seguido ao médico, seguir as recomendações, não deixar a doença avançar, não deixar sua saúde para depois ou retardar uma busca. Hoje dona Selma percebe que é muito importante não se desesperar com o diagnóstico pois tudo tem solução, a medicina está muito evoluída e além disso, confiar em Deus que tudo se ajusta”, finaliza.
SOBRE O CÂNCER DE MAMA
É um tumor maligno que ataca o tecido mamário e é um dos tipos mais comuns, segundo o Instituto Nacional do Câncer – INCA. Ele se desenvolve quando ocorre uma alteração de apenas alguns trechos das moléculas de DNA, causando uma multiplicação das células anormais que geram o cisto. Diagnosticar o câncer precocemente aumenta significantemente as chances de cura, 95% dos casos identificados em estágio inicial têm possibilidade de cura. Por isso, a mamografia é imprescindível, sendo o principal método para o rastreamento da doença.