SISTEMA DE ÁGUA GERA DÉFICIT DE R$ 800 MIL POR ANO EM CORDILHEIRA ALTA

O governo municipal de Cordilheira Alta está sendo obrigado a tomar providências com relação à diferença que existe entre a previsão de arrecadação com as tarifas cobradas dos contribuintes, e os valores gastos com todo o sistema de captação, tratamento e distribuição de água. A Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento ( ARES ), identificou que o município arca com a grande maioria dos valores investidos, ou seja, cobra pelo abastecimento muito menos do que gasta com todo o sistema. Segundo a Agência Reguladora, o serviço precisa ser autossustentável, os valores de previsão de arrecadação, precisam ser equivalentes aos valores gastos com todo o processo de captação, tratamento e distribuição.

R$ 800 mil de déficit

Um levantamento das despesas do ano de 2017, demonstrou que o investimento médio no setor foi de R$ 114.284,05 por mês, enquanto que a previsão de arrecadação com as tarifas era de pouco mais de R$ 40.000,00/mês. Estas despesas provêm da folha de pagamento e encargos, energia elétrica, manutenção e investimentos. A média de 2017 ficou um pouco alta, pois nesse ano foi executa a duplicação da Estação de Tratamento, um investimento considerado maior do que o normal, mas nos demais anos, da mesma forma a média mensal de despesas fica acima dos R$ 100 mil, com uma arrecadação de R$ 40 mil.

Como economizar?

Não há maneira de diminuir ainda mais os gastos no setor. O quadro de funcionários (8 funcionários), teria que ser ampliado ao invés de ser reduzido, para atender perfeitamente a demanda. As demais despesas também são consideradas essenciais. Mais de R$ 350 mil são gastos por ano somente com energia elétrica. A manutenção consome também por ano em torno de R$ 350 mil e neste item estão todos os reparos executados diariamente nas redes, e as despesas da Estação de Tratamento. A questão do investimento, que em 2017 foi muito maior do que em outros anos, também é essencial, portanto a única maneira de equilibrar as contas, é o aumento da tarifa, já que o valor cobrado em Cordilheira Alta é totalmente defasado e este aumento se faz necessário por orientação do órgão regulador, ARES.  

Inadimplência

Outro fator que também preocupa a ARES, é o alto índice de inadimplência. Dados do setor de tributos, coletados no último dia 24 de abril, demonstram que o município tem em haver, R$ 239.697,60 em tarifas de água atrasadas. No dia da busca dos dados no sistema, analisou-se também a situação especificamente do mês anterior (março/2018). A previsão de arrecadação para o mês era de R$ 40.740,12, porem até a data, o município havia recebido apenas R$ 28.132,62, o que gerava uma inadimplência de 38% em um único mês. Quanto a isso, também o município está sendo forçado a apresentar uma solução. Reuniões com os vereadores já foram realizadas e nos próximos dias deve ser anunciado um plano de alterações no sistema, para garantir o abastecimento de água no município cada vez com mais qualidade e dentro das normas exigidas pela Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento.