SETEMBRO AMARELO: UM MÊS INTEIRO PARA OLHAR PARA DENTRO DE SI

Em Cordilheira Alta, a Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social desenvolve atividades durante o mês, com o intuito de alertar a população sobre os principais fatores que podem levar a pessoa a cometer o suicídio, assim como instruir quanto aos sinais que a pessoa pode apresentar quando tem uma ideação suicida.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que ocorram, no Brasil, 12 mil suicídios por ano. No mundo, são mais de 800 mil ocorrências, isto é, uma morte por suicídio a cada 40 segundos. Mas, você sabia que 9 em cada 10 casos de suicídio poderiam ser prevenidos se a pessoa buscar ajuda e se tiver a atenção de quem está à sua volta?

Como fazer isso se a vítima não entende o que está sentindo e se os seus familiares e amigos não reconhecem os sinais? Existem alguns sinais de alerta que podem auxiliar no diagnóstico e na assistência e assim salvar a vida de quem você ama. Veja quais são os principais:

A Psicóloga da Secretaria Municipal de Saúde de Cordilheira Alta, Adrieze Jamile da Rosa, explica que o desinteresse pelas atividades que sempre foram prazerosas, sentimento de inutilidade e de culpa, cansaço extremo, irritabilidade, dificuldade de concentração e de tomar decisões e até mesmo falta de higiene com o próprio corpo são comportamentos de alerta. A pessoa tende também a achar que é um fardo para seus amigos e sua família, pode ter baixa qualidade de sono e, ainda, perder ou ganhar peso. Pessoas com tendência suicida normalmente se sentem um fardo para os outros e acreditam que estão sozinhas mesmo quando estão perto de outras pessoas. Em geral, a vontade de acabar com a própria vida é provocada pela falta absoluta de perspectiva e uma enorme sensação de desamparo e angústia.

Reconheça também os avisos verbais. Quando alguém começar a falar muito sobre morte, preste atenção! Algumas frases são frequentes: “tenho vontade de sumir”, “a vida não vale a pena”, “você vai sentir minha falta quando eu for” ou “ninguém vai sentir minha falta se eu morrer”, “não vou te atrapalhar mais”, ou “queria não ter nascido”. Fique de olho na melhora súbita. Muitas vezes, o maior potencial para o suicídio não é o fundo do poço, mas a súbita sensação de melhora. Isso pode indicar que a pessoa aceitou a decisão de encerrar a própria vida e está aliviada por ter um plano.

Conversar com alguém que tenha tendências suicidas pode parecer complicado, mas, para saber o que dizer e como agir, basta ter paciência e escolher o tom certo. Quando alguém estiver exibindo sinais de risco, é fundamental falar de forma carinhosa e sem julgamentos. Escute com paciência, não julgue, não diga que a pessoa está fazendo drama ou exagerando, e nem fale que ela precisa ser mais forte.

Conheça alguns mitos e verdades sobre o comportamento suicida:

MITO: Quem ameaça se matar não se mata, só quer chamar a atenção.

VERDADE: A maioria das pessoas que se mata dá sinais: muda de comportamento e fala a respeito: Leve-as a sério!

MITO: Falar de suicídio incentiva a pessoa a tirar a própria vida.

VERDADE: Conversar abertamente sobre o suicídio ajuda a preveni-lo, pois alivia a angustia e o desespero.

MITO: Quem sobrevive a uma tentativa de suicídio esta fora de perigo.

VERDADE: Um dos períodos mais críticos é quando a pessoa está melhorando da crise que motivou a tentativa, ou logo em seguida.

Se você estiver precisando de ajuda ou conhece alguém que precise, saiba que existe o CVV – Centro de Valorização da Vida, que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone no número 141, e-mail e chat 24 horas todos os dias.

Você também pode procurar a Unidade de Saúde mais próxima e receber assistência de profissionais capacitados como psicólogos e psiquiatras, que são parte fundamental do tratamento.